Atividade aula 1/Grupo 1: Propaganda no Brasil: o impacto da vinda da Família Real Portuguesa
A chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, em março de 1808, é um marco sob vários aspectos. Foi a senha para a abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior, para a implantação do primeiro banco da colônia e para a instalação das primeiras instituições de ensino de nível superior. Com dom João, o Brasil nascia como país. E como mercado. Em meio à onda de novidades que desembarcaram com os nobres lusitanos, do florescimento do comércio à intensificação da vida em sociedade, eis que surge a publicidade.
Então, a vinda da família real para o Brasil está relacionada com a deterioração das relações diplomáticas existentes entre a França e Portugal na virada do século XVIII para o século XIX. Essa situação tem relação com os acontecimentos que foram ocasionados pela eclosão da Revolução Francesa, a partir de 1789.
Os anúncios de produtos e serviços passaram a existir formalmente no Brasil com o primeiro jornal escrito e impresso no país, a Gazeta do Rio de Janeiro, editado pela Imprensa Régia a partir de setembro de 1808. A data exata do nascimento é motivo de divergência entre estudiosos do assunto. Um grupo defende o dia 10 de setembro, quando circulou a primeira edição do jornal, com um anúncio de dois livros publicados pela própria Imprensa Régia. Como se tratava de uma comunicação feita pelos editores do jornal, a maioria dos estudiosos despreza esse anúncio e aponta outro como precursor publicado uma semana depois.
À parte a polêmica, o fato é que, com a Gazeta, o país passou a ter seu primeiro veículo para a divulgação de mensagens publicitárias — o Correio Braziliense, publicado em Londres desde março de 1808 e tido oficialmente como o primeiro jornal brasileiro, não publicava anúncios. Até a Gazeta, a única forma de publicidade que existia no Brasil eram cartazes rudimentares escritos a mão e os pregões dos comerciantes nas ruas, diz José Roberto Whitaker Penteado, um dos autores do livro Propaganda no Brasil — Evolução Histórica, editado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
COM SEU MODESTO ANUNCIO no estilo dos classificados, o país entrava timidamente em um universo que já fervilhava em outros países.
No Brasil, a publicidade como a conhecemos só começou mesmo após a segunda metade do século 19, quando o Brasil já era independente de Portugal. Os primeiros anúncios em jornais brasileiros surgiram nessa época. A primeira agência de publicidade brasileira, a Eclética, só foi fundada em 1913.
Nessa época, as grandes cidades da Europa e da América do Norte experimentavam aquilo que Burke define como nascimento da sociedade de consumo.
Segundo o professor de história do Brasil na Universidade de Paris-Sorbonne, Luiz Felipe de Alencastro, o principal incentivo do consumo no país foi o fim do tráfico internacional de escravos, proibido pela Lei Eusébio de Queiroz, em 1850. Nesse período do império, pelo menos um terço do comércio exterior do país estava ligado à importação de escravos.
Com a proibição, os antigos traficantes passaram a se dedicar à importação de outros bens, no caso produtos de consumo e novidades produzidas nos países industrializados, diz. O comércio de escravos tinha papel de destaque na publicidade — os jornais da época anunciavam características físicas e de comportamento de homens, mulheres e crianças à venda, divulgavam a chegada de novos lotes ao país, davam pormenores sobre as etnias comercializadas e comunicavam fugas. Os anúncios eram tão detalhados que o antropólogo Gilberto Freyre os usou como principal fonte de referência para seu livro O Escravo nos Anúncios de Jornais Brasileiros do Século 19, um dos primeiros estudos históricos a tomar a publicidade como base de análise. Com o fim do tráfico, o espaço destinado aos anúncios relativos a escravos passou a ser, aos poucos, ocupado por outros, voltados para as novidades que começavam a chegar ao país.
Anúncio da loja Mappin na Revista da Semana, de 1910
Anúncio do elixir Nutrogenol Granado na Revista Ilustração Paulista, de 1912
Anúncio do Instituto de Tuberculosos no Jornal Correio do Povo, de 1900
REFERÊNCIAS: http://sinaprodf.com.br/2019/02/08/a-publicidade-tambem-chegou-com-d-joao/
http://lounge.obviousmag.org/anna_anjos/2012/11/publicidades-antigas-do-brasil.html#:~:text=A%20primeira%20propaganda%20do%20Brasil,ou%20outra%20coisa%20de%20metal%2C
INTEGRANTES:
Isabella Gonçalves de Queiroz
Amanda Polizelli Parreira Lemes Miranda
Enaily Cristiny Alves Duarte
Davi Martins
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