quarta-feira, 4 de maio de 2022

Atividade aula 1 / Grupo 2: Eduardo Marques de Sena, Gustavo Tolentino, Nathalia Oliveira e Nathalye Joyce

 

No dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea aboliu a prática da escravidão no Brasil, declarando em seu artigo primeiro a extinção da escravidão em nosso país. Era um domingo quando Dona Isabel, princesa Imperial do Brasil, sancionou a Lei, quando seu pai, o imperador Dom Pedro II, estava em viagem ao exterior. Foi do Ministro da Agricultura e Conselheiro do Império, Rodrigo Augusto da Silva, a autoria desse projeto de lei que extinguia a escravidão – apresentado à Câmara Geral, que hoje corresponde à Câmara dos Deputados, no dia 8 de maio de 1888, foi votado e aprovado nos dias 9 e 10 de maio.

O Brasil passava por muitas transformações políticas e sociais, todavia só foi pelas pressões internas e externas que a abolição aconteceu. A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, proibia o tráfico de negros vindos da África e como consequência, o número de escravizados diminuiu muito. Outros fatores importantes que contribuíram para a redução dessa população, foram a Guerra do Paraguai, no qual muitos morreram ou conseguiram a liberdade; a epidemia de varíola e a Lei do Ventre Libre, de 1871, que libertou todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data.

Em 1885 todos os negros maiores de 65 anos foram libertos com base na Lei dos Sexagenários. O país vivia sob uma grande pressão social. A fuga de negros aumentara muito, além de roubos e enfrentamentos, o que provocava prejuízos aos donos e fazendeiros. Por último, nos últimos anos da escravidão, o Exército passou a se recusar a fazer o papel de capitão do mato, ou seja, de sair à captura daqueles que fugiam. Na luta pela LIBERDADE, muitos grupos de pessoas perseguiam esses capitães-do-mato, ameaçavam fazendeiros, ajudavam na fuga dos escravos etc.

O fim do período escravocrata brasileiro marcou o início da queda do Império Real. Os negros eram tratos de forma cruel, sem qualquer direito civil ou moral. Era possível comprar, emprestar ou até mesmo alugá-los, em uma espécie de atividade econômica. Sob a ótica comunicacional, como era possível divulgar notícias sobre a fuga? Como era possível reportar tais informações? Nos anos de 1857 a 1879, por exemplo, o Jornal Correio Paulistano, publicou os seguintes anúncios: Anúncios de Aluguel, de Compra, de Fuga, de Venda e de Violência e Abuso.







Muitos proprietários que possuíam grandes números de escravos, publicavam anúncios de aluguel nos jornais, para que os interessados pudessem alugá-los por um determinado período. Era comum também que as pessoas interessadas publicassem anúncios pedindo escravos, com características especificas. O mais comum eram anúncios de alerta de fugas. Na segunda metade do século XIX, as fugas se tornaram mais frequentes e tais anúncios eram a maneira mais eficaz para tentar recuperar o fugitivo.
Segue um exemplo de um anúncio publicado no dia 16 de 1857 no Correio Paulistano, em que um anônimo relata um caso de violência contra uma escrava na cidade de Bragança Paulista. O caso é uma agressão contra uma pessoa que, uma vez na condição de escravo, não podia fazer nada para se defender ou revidar, caso fizesse, seria morte. Esses anúncios jamais podem ser esquecidos porque retratam o que uma vez foi a nossa sociedade, injusta, desigual, violenta e baixa.
Eles são provas de um passado sujo e triste da história do Brasil. São cicatrizes na trajetória da nossa sociedade.
• “Uma negra meio boçal, da nação cabinda, pela quantidade de 430 pesos. Tem rudimentos de costurar e passar.”
• “Essência de salsaparrilha, a dois pesos o frasquinho.”
• “Um carro por quinhentos patacões, ou troca-se por negra.”
• “Um leão, manso feito um cão, que come de tudo, e também uma cômoda e uma caixa de embuia.”
• “Uma criada sem vícios nem doenças, de nação conga, de idade de uns dezoito anos, além disso um piano e outros moveis a preços cômodos.”
 
 
FONTES: GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2015. P.7 | Jornais uruguaios de 1840)
















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